Depois do reboliço de compras, embrulhos, jantares de Natal, maratonas na cozinha e todo o corre-corre, quando finalmente chegamos à noite de consoada, a vontade é vestir um daqueles fatos estilo baby grow tamanho gigante e deambular entre sonhos e rabanadas nesses preparos. Livrem-se de fazer uma coisa dessas! As câmaras fotográficas estão em riste, e esse momento seria eternizado ad eternum, sem dó nem piedade pelo vosso eu futuro, que, em busca de evidências de elegância e bom gosto no passado, sofreria horrores a contemplar essa visão do inferno em fleece.
Também são livres de ir comprar uma camisola com renas, sinos ou laços de natal, mas francamente, vão voltar a usá-la em algum dia do ano?
Não sei quanto a vocês, mas eu prefiro a abordagem casual e quentinha dia 24, revelando um pouco de esmero dia 25. Assim, eis algumas propostas em linha com os ditames modeiros deste 2015, mas ainda assim quase ao nível da pantufa em termos de conforto.
Saia lápis
Calma, saia lápis sim, mas em algodão ou numa malha fininha com um pouco de elastano para estarem mais que confortáveis. O comprimento midi não podia estar mais trendy e eu, pessoalmente, acho que confere elegância instantânea a quem usa.
A minha sugestão é combinarem este elemento com uma camisola de malha oversized, ou com uma camisa de ganga para as que vão estar em lares abençoados por lareiras, aquecedores, excesso de pessoas por m2.
Uns ténis desportivos rematam lindamente este conjunto, mas uns botins rasos pelo tornozelo também não vos deixam ficar mal.
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| Camisola H&M, saia Stradivarius, botins Zara, ténis Pull&Bear (A/W 2014, talvez ainda encontrem em outlet) |
Ando a morrer de amores pelos borreguinhos que se vêm passar. Não sei se é das horas de sono a menos, mas imagino-me a flutuar dentro de um colete ou casaco destes.
Como vão estar dentro de casa, o ideal será combiná-lo com uma blusa canelada ou de malha fina, para evitar sobreaquecimentos. Umas calças de ganga, skinny ou flare consoante a preferência (não estou preparada para este regresso da boca de sino, mas isso sou eu, que resisto muito à mudança - vejam lá que ainda faço contas em escudos quando são somas grandes).
Também ficam bem sobre uma t-shirt, mas isso só é válido se tiverem 16 anos porque toda a gente sabe que as miúdas de 16 anos são imunes ao frio, a julgar pelas barriguitas e tornozelos de fora que tenho avistado.
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| Colete H&M, turbante Bershka e calças de ganga La Redoute |
Xadrez
Sou fã de xadrez, assumo. Bem sei que podemos correr o risco de parecer uma mantinha ou uma almofada, mas isso não me assusta (já vesti coisas muito mais embaraçosas, de certeza). Para além disso, fica bem ao lado da árvore de natal. EVITEM, porém, o xadrez integral. A ideia é combinar uma peça (camisa, blazer ou uma parte de baixo) com outras peças neutras. A menos que seja um dos vestidos maravilhosos que aí andam. Abracem o integral, sem medos, nesse caso.
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Calças Blanco, camisa Springfield, vestido Zara e mala Pull&Bear
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Veludo
Adoro veludo. É um material nobre, suave, com o tipo de brilho certo. Para mim, uma das propostas mais interessantes que encontrarão este ano um pouco por todo o lado. A novidade parecem ser as botas em veludo que, embora lindas, me parecem muito pouco resistentes para pessoas que, como eu, transitam diariamente entre transportes públicos, poças de água não identificadas e tantas outras ameaças latentes. Um blazer, um vestido, um apontamento como um turbante ou, a minha preferida da estação, calças largas. Para além de elegante, é um elemento intemporal. Pode desaparecer durante duas ou três estações, mas regressa sempre. Nunca terá um ar datado (à excepção dos vestidos de veludo com enchumaço da década de 80, que deveriam estar enterrados num buraco bem fundo para nunca mais regressarem à superfície).
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| Vestido La Redoute, calças e turbante Zara e blazer Stradivarius |
Brilhos
Confesso que, em pequena, adorava ver a patinagem artística só para contemplar aquelas pérolas de (hoje sei-o) verdadeiro mau gosto. Desenganem-se se acham que o meu amor pelo glitter, pelas lantejoulas e pela pedraria adormeceu. Continua vivo e inabalável. Contudo, há que saber combinar estes elementos que se acham os vocalistas da banda sonora de quem os usa com instrumentos mais sóbrios e casuais, correndo o risco de aparentarem estar a caminho de uma aula de danças de salão ou do Carnaval de Loulé (podia ter dito Torres, não se abespinhem).
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| Botins Stradivarius, sapatos Zara e blusa Blanco |
E antes de se lançarem num frenesim em direcção ao roupeiro a brandir um "não tenho nada para vestir" pensem em formas novas de combinarem aquilo que efectivamente já têm.
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