Não sei se já perceberam que o blog anda muito maternal. Uma inspiracionista prestes a ser mãe... outra prestes a ser tia... e então o tema repete-se e não se esgota!
Assim sendo, e inspirando-me (mais uma vez?) na Raquel, decidi voltar ao tema da saúde, agora sobre a vigilância da gravidez.
A informação é mais que muita, as grávidas chegam à sua consulta com muitas dúvidas e nós, médicos, nem sempre conseguimos dar todas as certezas. E, apesar de cada gravidez ser uma gravidez, há pontos comuns que vale a pena saberem antes de se iniciarem nesta aventura ou, talvez, de a repetirem.
É necessário ter alguma consulta antes de engravidar?
A resposta é sim, sim, sim!
Para além de ser necessário fazer análises (chamadas pré-concepcionais) para saber o estado de saúde geral e, principalmente, a imunidade em relação a alguns microrganismos, é também necessário iniciar suplementação com ácido fólico e, eventualmente, com outras vitaminas e minerais, mesmo antes de engravidarem. Estas indicações aplicam-se a todas as grávidas, mesmo àquelas que juram a pés juntos pela sua saúde de ferro. Idealmente, esta consulta deve ser realizada com a presença do casal e não só com a da futura grávida.
Há alguma coisa que não pode comer ou beber durante a gravidez?
Sim, álcool. E vale a pena ressalvar o consumo de tabaco, que é totalmente desaconselhado durante a gravidez.
Excepto o álcool e o tabaco, todos os outros alimentos dependem da imunidade da mulher (estudada nas análises pré-concepcionais) e com susceptibilidades individuais. O cuidado deve ser redobrado, essencialmente porque uma mulher grávida doente tem à sua disponibilidade um arsenal de medicamentos limitado, pelo perigo de estes prejudicarem o bebé.
A actividade física é desaconselhada durante a gravidez?
Não. Idealmente, as mulheres deverão manter a sua vida no reboliço normal do dia-a-dia. Excepto se tiverem alguma profissão de risco para o bebé e/ou para a grávida, que implique grandes esforços físicos ou se praticarem actividade física de elevada intensidade. Nos outros casos, e não havendo uma contra-indicação específica, devem ser mantidas as actividades normais que faziam antes da gravidez.
A gravidez tem que ser sempre seguida em consultas hospitalares?
A resposta é não. Todas as mulheres podem optar por fazer a vigilância da sua gravidez apenas com o seu médico de família ou com este e um obstetra particular. As grávidas são seguidas em consulta hospitalar quando há alguma indicação para tal, por exemplo, uma doença crónica, uma gravidez anterior com algum problema ou alguma alteração na gravidez actual.
É necessário fazer análises durante a gravidez?
Sim. Um dos parâmetros propostos para a vigilância de uma gravidez é a realização de análises a cada trimestre. Dependendo dos resultados, poderá ser necessário repetir com menor periodicidade.
Quantas ecografias obstétricas devem ser realizadas durante a gravidez?
Nunca menos que três, uma em cada trimestre. Cada uma das ecografias tem um intervalo de tempo e um objectivo para serem realizadas, por isso é muito importante confirmarem com o vosso médico assistente a altura em que terão de as fazer.
Em termos gerais, a primeira ecografia é realizada para saber o número de fetos, a idade gestacional ("de quantas semanas estão") e se o desenvolvimento está a decorrer devidamente. A segunda ajuda a perceber o desenvolvimento de cada um dos sistemas de órgãos (esta é normalmente a mais ansiada pelos pais porque regra geral permite saber o género do bebé). E a terceira serve essencialmente para saber se o bebé está a crescer como esperado.
Há muitas grávidas que realizam mais que 3 ecografias durante a sua gravidez, até porque hoje em dia muitos são os casais que pretendem uma bela fotografia em 4D.
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